segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Tristeza não tem fim

"A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor. Brilha tranqüila, depois de leve oscila, e cai como uma lágrima de amor”, descreveram Tom Jobim e Vinicius de Moraes em sua canção “A felicidade”. Tentavam os dois expressar esse sentimento tão singular e especial, e escolheram talvez o melhor meio para tal: a música. Cantando a felicidade, crê este admirador de ambos, Tom e Vinicius tentavam beliscar uma lasquinha desse sentimento imerso na canção, além de expressar aquilo que sentiam no momento em que ela dava as caras – quase que cem por cento das vezes, quando uma moça lhes tocava as pétalas do coração. Era o motivo de idêntica felicidade entre a dupla que, doutores no turbilhão do amor, sabiam onde tudo terminava por desbocar. Para reafirmar sua seita, o poetinha e o maestro soberano repetiam, e continuam a proclamar, por meio de seus seguidores: “Tristeza não tem fim; felicidade, sim”.

http://www.youtube.com/watch?v=MCPjp4qTmsM

terça-feira, 8 de julho de 2014

Grande momento

Cheguei em casa agora depois do turbilhão da eliminação do Brasil na Copa, contra a Alemanha. Difícil expressar qualquer opinião depois disso, até porque todos querem expressar, inclusive eu. Mas vou dizer aqui o que eu penso.

A Alemanha, país maravilhoso, brilhante, está ganhando um lugar no meu coração. Quando começou a Copa, os caras pulando com os baianos, achei a coisa mais linda... “é bahêa, porra!”, gritavam os alemães, ou qualquer coisa do tipo... não interessa. O que interessa é que esses caras são heróis. São heróis por sua personalidade, por seu amor, por sua abertura com um país que abriu os braços para eles. E eles foram, e jogaram-se em cima do Brasil.

A Alemanha joga com alegria. O Brasil joga com 150 quilos em cima das costas. É assim desde o começo. “O Brasil ‘tem que’ ganhar a Copa!”... e por quê, tem que?

A Copa tem a Alemanha, tem a Argentina de Messi, tem a Holanda brigadeira, tem os chilenos que dificultaram pra nós, tem a Colômbia do grande menino James, tem a Argélia maravilhosa, tem tantas zebras, tem tantas emoções que aqui vão faltar devido à minha memória... porra, é Copa!!!!!! É Copa, e eu to adorando, to achando o máximo, todos esses caras no Brasil, brilhando.

A Alemanha ganhou porque é mais time, mas PRINCIPALMENTE, porque está sabendo, como ninguém, usar a alegria do Brasil. E isso não se faz pensando, se faz sentido.

Com toda essa ladainha, quero dizer que o Brasil podia jogar descompromissado, porém, maravilhado por jogar em casa.

A selação de 82, tão lembrada – talvez ainda mais que a de 70 –, é recordada até hoje, mas não ganhou o Mundial. É lembrada pela alegria com que jogou, com que encantou a todos que tiveram o gosto de vê-la jogar.

Mas olha, eu entendo demais todos esses nossos vinte e três... deslizes acontecem por paixão, por amor, por um devotamento do tamanho do mundo que todos aqueles caras tinham com todos nós, torcedores, com a nossa pátria.

Imagine-se defendendo o Brasil em casa... é preciso ganhar, é preciso! Mas vou dizer: NÃO É PRECISO.

A Alemanha é um timaço, como tantos são. O Brasil, apesar de país do futebol, é mais um.

Parabéns à Alemanha, merecedora fantástica!

Parabéns à Seleção Brasileira, por segurar a responsabilidade de representar todo um país em casa, em um momento em que muita coisa rondava.


Com alegria eles seguraram a vaga, e com o excesso de responsabilidade se perderam no sonho, que continua vivo em todos nós.