sexta-feira, 5 de abril de 2013

Paz traíra do canto da sereia


Dia desses encontrei a Paz. Que nunca pensei encontrar.
Ela veio, se aproximou. Tímida, a afrouxar-se demorou.
Se apresentou. Pensei – será mesmo ela? Tão diante de mim?
Mais desatada, Ela chegou, sem que eu pudesse perceber
Me tocou, e fez sentir sua anestesia
Uma sereia parecia, com seu canto que seduz.
O êxtase não me veio. A Paz sim, profunda...
Pico do Monte Everest – serenidade do silêncio que ensurdece

Deixei-a me levar, pra onde quisesse. Não tive o que fazer
Por tanto esperei... merecia! E ela, cativava-me, mais!
Sim, desconfiei. Mas a Paz imperou
Não podia duvidar. Tive de deixá-la me levar
Deixei, e desabei. Precisava.
Não dava...

Divina, só quando não apunhala
Pelas costas
Ouvi o canto da sereia, e permiti-me seduzir
Sorte
O resultado não é morte
Vida nova!
Por vezes me tento ao calabouço
Eu sei. Não posso.
Meu mundo, agora, se abriu
Me apego se esvaiu
E eu, cresci.


Fábio Blanco