Dia desses encontrei a Paz. Que
nunca pensei encontrar.
Ela veio, se aproximou.
Tímida, a afrouxar-se demorou.
Se apresentou. Pensei – será
mesmo ela? Tão diante de mim?
Mais desatada, Ela chegou,
sem que eu pudesse perceber
Me tocou, e fez sentir sua
anestesia
Uma sereia parecia, com seu
canto que seduz.
O êxtase não me veio. A Paz sim,
profunda...
Pico do Monte Everest –
serenidade do silêncio que ensurdece
Deixei-a me levar, pra onde
quisesse. Não tive o que fazer
Por tanto esperei...
merecia! E ela, cativava-me, mais!
Sim, desconfiei. Mas a Paz
imperou
Não podia duvidar. Tive de
deixá-la me levar
Deixei, e desabei. Precisava.
Não dava...
Divina, só quando não apunhala
Pelas costas
Ouvi o canto da sereia, e
permiti-me seduzir
Sorte
O resultado não é morte
Vida nova!
Por vezes me tento ao
calabouço
Eu sei. Não posso.
Meu mundo, agora, se abriu
Me apego se esvaiu
E eu, cresci.
Fábio Blanco